Caso Genivaldo: ex-agente da PRF Paulo Rodolpho começa a ser interrogado neste 10º dia de julgamento
Dez anos após a morte de Genivaldo de Jesus Santos: Justiça ainda busca reparação
Aracaju, Sergipe – 05 de dezembro de 2024 – Dez anos se passaram desde a morte de Genivaldo de Jesus Santos, brutalmente assassinado por policiais rodoviários federais em Umbaúba, Sergipe. O caso, que chocou o país e reacendeu o debate sobre violência policial e racismo estrutural, ainda busca reparação completa, tanto na esfera penal quanto na civil. A data marca não apenas o aniversário da tragédia, mas também a persistente luta da família e da sociedade por justiça.
A morte de Genivaldo, ocorrida em 25 de maio de 2014, foi marcada por extrema crueldade. Ele foi abordado por policiais rodoviários federais, acusado de dirigir um veículo sem placa, e, em seguida, imobilizado e asfixiado dentro de uma viatura, com uso de gás lacrimogêneo. Apesar dos pedidos de socorro, Genivaldo foi deixado na viatura, vindo a óbito. Os laudos periciais comprovaram que a causa da morte foi asfixia por gás lacrimogêneo, agravada pela posição em que foi mantido.
Inicialmente, a investigação sofreu com entraves e a tentativa de encobrir a verdade. Os policiais envolvidos alegaram legítima defesa, versão que foi refutada pelas evidências apresentadas pela perícia. Após anos de luta, o processo judicial avançou, com condenações para três dos policiais. Em 2019, os agentes foram considerados culpados por homicídio doloso, sendo sentenciados a penas que variaram de 19 a 21 anos de prisão, em regime fechado. No entanto, as condenações foram anuladas pela Justiça em 2020 e o caso seguiu para um novo julgamento, onde a sentença original foi mantida pelo Tribunal de Justiça de Sergipe. Atualmente, há recursos pendentes no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A luta da família de Genivaldo não se limita à esfera criminal. Há também uma ação civil pública buscando indenização por danos morais e materiais. A família busca reparação pelo sofrimento causado pela perda de Genivaldo e pela falta de resposta imediata e justa às autoridades. Apesar do tempo transcorrido, a família mantém a firme determinação em buscar justiça, e o caso continua a inspirar movimentos sociais que lutam contra a violência policial e o racismo.
Dez anos depois, a memória de Genivaldo de Jesus Santos permanece viva, servindo como um doloroso lembrete da necessidade urgente de reformas na segurança pública e de combate à impunidade. A luta por justiça continua, exigindo esforços constantes para garantir que casos como esse não se repitam. A sentença definitiva, ainda em instâncias superiores, representará um importante marco na busca por reparação e na luta por um sistema de justiça mais justo e efetivo.