Caso Ágatha: veja os próximos passos depois da absolvição pelo júri do PM que atirou em criança
Júri absolve PM acusado de matar Agatha, de 8 anos, em 2020: Entenda os próximos passos
O júri popular que julgava o PM Rodrigo de Oliveira Soares, acusado de matar a menina Agatha Félix, de 8 anos, em 2020, decidiu pela absolvição do policial nesta terça-feira (10), no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada por 7 votos a 4, em uma decisão que causou comoção e revolta em familiares da vítima e na sociedade.
A família de Agatha, representada pela advogada Mayra Machado, anunciou que irá recorrer da decisão. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ainda não se manifestou sobre a possibilidade de recorrer.
A tragédia ocorreu em setembro de 2020, no Complexo do Alemão, quando Agatha estava dentro de um carro com a mãe, Adriene Félix, durante uma operação policial. A menina foi atingida por um tiro no tórax e morreu no local.
O júri popular, composto por sete mulheres e cinco homens, ouviu depoimentos de testemunhas, peritos e dos réus durante cinco dias. As defesas dos PMs alegaram que o tiro que matou Agatha foi disparado por um colega de Rodrigo, que não foi identificado. As alegações da defesa, no entanto, foram contestadas pela promotoria e pela defesa da família de Agatha.
De acordo com o laudo pericial, o tiro que matou Agatha foi disparado de baixo para cima, o que reforça a tese de que o disparo foi feito por Rodrigo.
A absolvição do PM causou indignação e revolta na família de Agatha e em diversos setores da sociedade. “É um dia muito triste para nós. A justiça não foi feita. É um dia de luto e de muita revolta. Vamos continuar lutando por justiça”, disse Adriene Félix, mãe de Agatha, após o julgamento.
O caso Agatha Félix ganhou repercussão nacional e gerou um debate sobre violência policial e impunidade. O resultado do julgamento demonstra a complexidade do sistema judicial e o desafio de garantir justiça em casos de violência policial.
A decisão da Justiça, apesar de polêmica, representa apenas o início de um longo processo judicial. As famílias de vítimas de violência policial continuam buscando justiça e cobrando do Estado ações eficazes para combater a impunidade.