Carne ‘cheia de hormônios’: acusações da França contra o Mercosul não representam realidade, dizem especialistas
França ataca Mercosul: acusações de carne “cheia de hormônios” são refutadas por especialistas
– A França voltou a atacar o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, alegando que a carne bovina sul-americana está repleta de hormônios. Especialistas brasileiros, no entanto, rebateram as acusações, afirmando que elas não refletem a realidade do setor e que o país cumpre rigorosamente as normas internacionais. A polêmica ressurge em um momento crucial para a ratificação do acordo, que enfrenta resistências em diversos países europeus.
A declaração francesa, embora não detalhada na reportagem do G1, reacende o debate sobre as barreiras comerciais impostas à carne brasileira. A França, assim como outros países europeus, tem restrições à importação de carne bovina produzida com hormônios de crescimento. O argumento central utilizado pela França é que o uso desses hormônios representaria um risco à saúde humana e animal, um ponto veementemente contestado pelos especialistas brasileiros consultados pelo G1.
Segundo os especialistas, o Brasil possui um sistema de inspeção rigoroso, que garante a qualidade e segurança da carne exportada. Eles enfatizam o cumprimento das normas internacionais estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), e asseguram que os níveis de resíduos de hormônios na carne brasileira estão dentro dos limites permitidos. A alegação de que a carne brasileira estaria “cheia de hormônios” é, portanto, classificada como uma imprecisão factual.
A resistência francesa, e de outros países da União Europeia, ao acordo Mercosul-UE, não se limita apenas às questões sanitárias. Interesses internos da indústria agropecuária europeia também são apontados como fatores que contribuem para a hesitação na aprovação do acordo. A entrada de carne sul-americana, mais competitiva em termos de preço, poderia afetar a lucratividade dos produtores europeus.
A polêmica sobre os hormônios na carne bovina brasileira representa mais um obstáculo para a finalização do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Apesar das garantias dos especialistas brasileiros e do cumprimento das normas internacionais, a pressão política e os interesses econômicos na Europa permanecem como desafios importantes para a concretização do acordo comercial. A próxima etapa do processo dependerá da capacidade dos negociadores de superar essas divergências, buscando um consenso que beneficie todos os envolvidos.