Canal do Panamá ‘não é concessão nem presente’ dos EUA, diz presidente panamenho em Davos



Davos, Suíça – 18 de janeiro de 2024 – O presidente do Panamá, Laurentino Cortizo, desmentiu veementemente, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, a narrativa de que o Canal do Panamá seria uma concessão ou um presente dos Estados Unidos. Em entrevista, Cortizo enfatizou a soberania panamenha sobre o canal, destacando que sua construção e administração são resultados de uma luta histórica pelo controle do estratégico recurso.

Cortizo aproveitou a ocasião para esclarecer mal-entendidos sobre a história do Canal. Ele ressaltou que o tratado Torrijos-Carter, assinado em 1977, culminou na transferência da administração do Canal para o Panamá em 31 de dezembro de 1999. Este tratado, segundo o presidente, selou a devolução do Canal ao país, refutando qualquer ideia de doação ou concessão perpetrada pelos Estados Unidos. A afirmação do presidente busca contrapor interpretações equivocadas que minimizam a luta panamenha pela soberania nacional.

O chefe de Estado panamenho aproveitou para destacar os investimentos feitos pelo Panamá na expansão e modernização do Canal, que foi concluída em 2016. A ampliação, um projeto multibilionário, permitiu a passagem de navios maiores e mais carregados, aumentando a capacidade e a receita gerada pelo Canal. Ele sublinhou o sucesso econômico da administração panamenha, contrariando qualquer sugestão de dependência ou subordinação aos Estados Unidos. Cortizo argumentou que o Canal é um ativo estratégico fundamental para a economia panamenha e para a sua posição geopolítica na região, gerando empregos e impulsionando o desenvolvimento do país.

A declaração de Cortizo em Davos assume um tom político estratégico, especialmente diante de potenciais disputas geopolíticas e econômicas futuras envolvendo o Canal do Panamá. Ao enfatizar a soberania panamenha e o sucesso da administração nacional, o presidente busca reforçar a posição do país e dissipar quaisquer dúvidas sobre a sua autonomia em relação ao Canal, um ativo nacional de valor inestimável. A entrevista serve como uma forte afirmação da independência e do controle panamenho sobre um dos mais importantes corredores marítimos do mundo.

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