Cafeicultura tem potencial para sequestrar carbono por 15 anos, aponta estudo
Poços de Caldas (MG), 29 de dezembro de 2024 – A cafeicultura no Sul de Minas Gerais apresenta um potencial significativo para o sequestro de carbono, podendo contribuir para a mitigação das mudanças climáticas por um período de até 15 anos, segundo estudo divulgado hoje. A pesquisa, realizada por pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em parceria com a Embrapa Café, aponta que sistemas agroflorestais, com o plantio de café em consórcio com árvores, são a chave para alcançar esse resultado.
O estudo, que analisou dados de diferentes sistemas de produção de café na região, revela que os sistemas agroflorestais se destacam por sua capacidade de capturar e armazenar carbono no solo e na biomassa. A pesquisa quantificou esse potencial, demonstrando que esses sistemas podem sequestrar até 1,5 toneladas de carbono por hectare por ano. Isso representa uma contribuição significativa para a redução da emissão de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global.
Comparativamente, sistemas convencionais de produção de café mostraram uma capacidade de sequestro de carbono significativamente menor. A diferença na capacidade de sequestro entre sistemas agroflorestais e sistemas convencionais é marcante, reforçando a importância da adoção de práticas sustentáveis na cafeicultura. Os pesquisadores ressaltam a necessidade de políticas públicas que incentivem a transição para sistemas agroflorestais, considerando que a adoção dessas práticas pode auxiliar não apenas na mitigação das mudanças climáticas, mas também na melhoria da biodiversidade e na preservação dos recursos hídricos.
A pesquisa ainda destaca a importância da continuidade dos estudos para uma melhor compreensão do potencial de sequestro de carbono em diferentes sistemas de produção cafeeira, considerando as variações climáticas e as características do solo. Os resultados obtidos demonstram que a cafeicultura, um setor econômico crucial para o Sul de Minas Gerais, também pode desempenhar um papel vital na luta contra as mudanças climáticas. A expectativa é que os dados gerados contribuam para a elaboração de estratégias mais eficazes para a gestão sustentável dos recursos naturais e a promoção de uma cafeicultura mais ambientalmente responsável.