Caçadora de racistas



São Paulo, 21 de fevereiro de 2024 – No Brasil, onde o racismo estrutural persiste, a luta contra o preconceito se estende para o ambiente digital. A advogada e ativista antirracista Juliana de Assis, contudo, não se intimida. Com um trabalho incansável, ela se tornou uma figura central no combate ao racismo online, expondo e processando perfis que disseminam mensagens de ódio na internet. Sua atuação, que já resultou em diversas condenações, demonstra a força da ação individual na luta por justiça e igualdade em um cenário cada vez mais complexo.

A trajetória de Juliana como “caçadora de racistas”, como é conhecida nas redes sociais, começou com a identificação de perfis que praticavam racismo e ataques direcionados a personalidades negras e militantes antirracistas. A partir daí, seu trabalho se tornou mais sistemático. Ela passou a monitorar plataformas digitais, identificar mensagens racistas, coletar provas e dar início às ações judiciais, com base na Lei nº 7.716, que considera crime a prática de racismo. O número de denúncias recebidas pela advogada cresceu significativamente nos últimos anos, refletindo a crescente exposição e o aumento do discurso de ódio nas redes sociais.

O trabalho de Juliana não se limita apenas às denúncias e processos judiciais. Ela também promove palestras e workshops sobre o combate ao racismo online, oferecendo capacitação a ativistas e influenciadores negros. Sua iniciativa visa não apenas a punição dos agressores, mas também a conscientização e a construção de um ambiente virtual mais seguro e inclusivo para a população negra. A relevância do trabalho de Juliana é inegável, especialmente considerando os altos índices de racismo no Brasil. Segundo dados de 2022, o país registrou mais de 3 mil denúncias de crimes de racismo, um aumento considerável em relação aos anos anteriores.

Embora as conquistas sejam significativas, Juliana enfrenta obstáculos. A lentidão do sistema judicial e a dificuldade em acessar as informações necessárias para comprovar os crimes são alguns dos desafios. Apesar disso, a advogada mantém sua luta e demonstra a importância da atuação individual na busca por justiça e igualdade no ambiente digital. Sua perseverança e dedicação servem como inspiração para aqueles que buscam um Brasil mais justo e livre do racismo.

A trajetória da “caçadora de racistas” revela um caminho espinhoso, mas necessário, na luta antirracista no Brasil. Sua atuação demonstra que a justiça pode ser alcançada, mesmo em um contexto desafiador, e inspira a continuidade da luta contra o discurso de ódio nas redes sociais. A persistência de Juliana, que já obteve várias vitórias em juízo, é um exemplo concreto de como a união entre conhecimento jurídico e ativismo pode impactar positivamente a vida de milhares de pessoas que sofrem com o racismo no país.

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