BRICS tem espírito de colaboração, diz negociador-chefe brasileiro às vésperas da posse de Trump
Brasília, 19 de janeiro de 2017 – Às vésperas da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, o negociador chefe brasileiro para os BRICS, embaixador Mauro Vieira, expressou otimismo quanto à continuidade da cooperação entre os países do bloco. Em entrevista concedida nesta quarta-feira, Vieira destacou o “espírito de colaboração” que prevalece entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, minimizando possíveis impactos negativos da nova administração americana.
Vieira afirmou que o grupo está focado em consolidar seus mecanismos de cooperação existentes e em expandir as áreas de atuação conjunta. Ele enfatizou a importância do diálogo e da construção de consensos entre os cinco países, destacando a diversidade de interesses e a necessidade de encontrar pontos em comum para promover o desenvolvimento econômico e a inclusão social. Embora reconhecendo os desafios que a nova conjuntura política internacional possa trazer, o embaixador reiterou a disposição do Brasil em continuar ativamente engajado no BRICS.
A declaração do negociador chefe ocorre em um momento de incerteza quanto à política externa dos Estados Unidos sob a liderança de Trump. A mudança de postura da potência norte-americana em relação a acordos multilaterais e à ordem internacional vigente gerou preocupações em diversas esferas globais. Entretanto, para Vieira, o BRICS demonstra resiliência, estando preparado para enfrentar os novos desafios e fortalecer a cooperação entre os seus membros.
A entrevista de Vieira serve como um sinal de confiança em meio às tensões geopolíticas. A postura otimista, focando na cooperação interna e na busca de consensos, sugere uma estratégia de resistência e afirmação do bloco diante da incerteza causada pela nova administração americana. A ênfase na consolidação dos mecanismos já existentes e na expansão das áreas de atuação conjunta indica uma intenção de fortalecer a influência dos BRICS na economia global, mesmo em um cenário de mudanças significativas no panorama internacional. O embaixador não detalhou quais seriam essas áreas de expansão, mas sua declaração transmite confiança na capacidade de adaptação do grupo e na manutenção de seu espírito colaborativo.