Braga Netto aprovou plano que incluía matar Lula, Alckmin e Moraes, conclui a PF
O Relatório Final da PF e o Papel de Braga Netto na Tentativa Golpista de Bolsonaro
– O relatório final da Polícia Federal sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), detalha o envolvimento do general Walter Braga Netto na trama que visava a anulação das eleições presidenciais de 2022. O documento aponta Braga Netto como um peça-chave na articulação de um plano que ia desde a pressão sobre as Forças Armadas para que se posicionassem a favor de Bolsonaro até a organização de atos que culminaram na invasão dos prédios dos Três Poderes.
O relatório destaca a participação de Braga Netto em diversas reuniões e conversas que tratavam da contestação dos resultados eleitorais. Segundo a PF, o ex-ministro da Defesa era um dos principais articuladores de um grupo que buscava pressionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o próprio STF a invalidar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. A investigação ressalta a proximidade de Braga Netto com Bolsonaro e sua atuação na disseminação de informações falsas e teorias conspiratórias a respeito do processo eleitoral.
O documento cita mensagens e depoimentos que corroboram a participação ativa do general no planejamento e execução das ações golpistas. A PF encontrou indícios de que Braga Netto tinha conhecimento prévio dos atos violentos que ocorreram em Brasília e, mesmo assim, não tomou nenhuma medida para evitá-los. Apesar da gravidade das acusações, o relatório não especifica as acusações formais contra Braga Netto, limitando-se a descrever seu papel na trama golpista.
Além do envolvimento de Braga Netto, o relatório também detalha a participação de outras autoridades e civis na organização dos atos golpistas. A investigação da PF trouxe à tona a existência de uma ampla rede de comunicação entre os envolvidos, que utilizaram diversas plataformas para coordenar suas ações. O documento ressalta a sofisticação da operação golpista, que envolveu a mobilização de recursos financeiros e logísticos para o transporte dos manifestantes até Brasília.
O relatório da Polícia Federal, que soma mais de 2 mil páginas, representa um marco importante na investigação dos atos de 8 de janeiro. A entrega do documento ao STF abre caminho para o prosseguimento do processo judicial contra os envolvidos, incluindo Braga Netto, e poderá contribuir para esclarecer completamente as circunstâncias que levaram à tentativa de golpe de estado. A investigação ainda está em andamento, e novas informações podem vir a público nos próximos meses. A conclusão sobre a responsabilização dos envolvidos dependerá agora das decisões do Supremo Tribunal Federal.