Bolsonaro volta a questionar indiciamento e afirma que militares foram presos injustamente
Brasília, 28 de fevereiro de 2024 – O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a questionar seu próprio indiciamento pela Polícia Federal no inquérito que investiga a suposta inserção de dados falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em entrevista concedida nesta terça-feira, 27 de fevereiro, ele reiterou suas alegações de perseguição política e defendeu os militares presos preventivamente na mesma investigação, classificando suas prisões como injustas.
Bolsonaro, que foi indiciado por suposta prática dos crimes de prevaricação e advocacia administrativa, afirmou que os militares presos são “vítimas de um processo político”. Ele não apresentou novas evidências para contestar as acusações contra si ou para justificar a inocência dos militares. A entrevista, sem maiores detalhes sobre o contexto ou o local onde foi realizada, limitou-se a declarações inflamadas, sem aprofundar em argumentos técnicos ou jurídicos. A defesa do ex-presidente tem recorrido a diferentes estratégias para contestar o indiciamento, mas até o momento não apresentou provas concretas que revertam a decisão da Polícia Federal.
O indiciamento de Bolsonaro se baseia na suspeita de que ele tenha tentado interferir indevidamente no sistema do CNJ, buscando favorecer seus interesses ou de aliados. A investigação apura a suposta inserção de dados falsos no sistema, com a finalidade de beneficiar a candidatura de um de seus aliados. A prisão preventiva de militares envolvidos na investigação, segundo a PF, visa garantir a ordem pública e evitar a obstrução da justiça.
A entrevista de Bolsonaro representa mais um capítulo na série de ataques às instituições e ao sistema de justiça que o ex-presidente tem realizado desde que deixou o cargo. Seus argumentos, até o momento, não foram suficientes para reverter o indiciamento e a defesa dos militares presos ainda carece de sustentação jurídica consistente. A repercussão da entrevista e o futuro do processo judicial permanecem incertos, enquanto a disputa política e judicial em torno do caso segue acirrada.