Bolsonaro viajou aos EUA para evitar prisão e esperar desfecho do 8 de Janeiro, diz PF
Bolsonaro viajou para os EUA para evitar prisão, diz PF
– A Polícia Federal (PF) aponta que a viagem de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022, teve como objetivo evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho das investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. A informação consta em relatório da corporação, que sustenta a tese de que o ex-presidente antecipou sua saída do Brasil para se proteger de eventuais medidas judiciais.
O documento da PF, que integra o inquérito sobre os ataques em Brasília, detalha o contexto da viagem de Bolsonaro. A investigação busca esclarecer o envolvimento do ex-presidente nos atos antidemocráticos que resultaram em depredação de prédios públicos e instabilidade institucional. A PF destaca que, na época da viagem, Bolsonaro já era alvo de inúmeros inquéritos, incluindo investigações sobre a sua conduta durante a pandemia da Covid-19 e suspeitas de participação nos atos golpistas.
O relatório da PF não especifica quais medidas judiciais seriam tomadas contra Bolsonaro, mas reforça que a proximidade das investigações e a gravidade dos crimes apurados criaram um cenário de risco iminente para o ex-presidente. A Polícia Federal argumenta que a viagem para os EUA foi uma estratégia para evitar o cumprimento de mandados de prisão, considerando o acesso facilitado a advogados e a complexidade do processo de extradição nos Estados Unidos.
A estratégia de defesa de Bolsonaro, até então, se baseia na alegação de que não houve participação direta nos atos de 8 de janeiro. A PF, por sua vez, aponta indícios de que Bolsonaro sabia dos planos dos manifestantes e, possivelmente, os incentivou, mesmo que indiretamente.
A viagem de Bolsonaro aos EUA gerou grande repercussão internacional, especialmente pela proximidade dos atos golpistas e a busca por responsabilização dos seus autores. A PF pretende aprofundar as investigações e buscar provas que comprovem o planejamento e a execução dos atos antidemocráticos, bem como o possível envolvimento de Jair Bolsonaro e seus aliados. O relatório apresentado pela corporação contribui para fortalecer a linha de investigação que considera a viagem aos EUA como uma forma de fuga da justiça.
A investigação continua em andamento, e o desenrolar dos fatos poderá trazer novas informações sobre o papel de Bolsonaro nos acontecimentos de 8 de janeiro e o impacto de sua viagem para os Estados Unidos no contexto jurídico do caso. A expectativa é de que novas evidências e depoimentos possam esclarecer completamente os fatos.