Bolsonaro tentou dar um golpe? População se divide, segundo a Paraná Pesquisas



Brasília, 22 de fevereiro de 2024 – A polêmica sobre a tentativa de golpe de Estado por Jair Bolsonaro no dia 8 de janeiro continua a dividir o Brasil. Uma pesquisa Paraná Pesquisas, divulgada nesta quarta-feira, revela uma significativa polarização na opinião pública sobre a gravidade dos atos e a responsabilidade do ex-presidente. Os resultados demonstram a complexidade do debate e o abismo ideológico que persiste no país após o fim do mandato de Bolsonaro.

O levantamento, realizado entre os dias 16 e 19 de fevereiro, entrevistou 2.020 pessoas em todo o território nacional, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa indica que 40,4% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro tentou dar um golpe de Estado, enquanto 36,3% discordam dessa afirmação. Um expressivo 23,3% se declarou indeciso sobre o assunto. A divisão é evidente, mostrando que a narrativa sobre os eventos de 8 de janeiro ainda não encontrou um consenso na sociedade brasileira.

A pesquisa aprofundou-se também na percepção sobre a gravidade dos atos ocorridos na capital federal. 42,1% dos entrevistados consideraram os atos como uma “tentativa de golpe”, enquanto 36,1% os classificaram como “atos de vandalismo”. Outra parcela significativa, 21,8%, não soube opinar sobre o assunto. Essa divergência na classificação dos eventos demonstra a dificuldade em construir uma narrativa unificada sobre os acontecimentos, alimentando o debate político e jurídico em torno do tema.

Interessantemente, a pesquisa demonstra uma diferença sutil, mas notável, na percepção da responsabilidade de Bolsonaro pelos atos. Enquanto 40,6% acham que ele é diretamente responsável, 36,8% discordam. Novamente, um grupo significativo, 22,6%, afirma não saber opinar sobre a participação do ex-presidente nos eventos do dia 8 de janeiro.

A Paraná Pesquisas destaca a persistência da polarização no país, mesmo após o término do mandato de Bolsonaro. A divisão na percepção da gravidade dos atos e na atribuição de responsabilidade ao ex-presidente demonstra a necessidade de um diálogo profundo e amplo para a consolidação da democracia e o enfrentamento das divisões políticas profundas que ainda assombram o Brasil. A pesquisa deixa claro que o debate sobre o 8 de janeiro continua aberto e deve ser encarado com seriedade pelas autoridades e pela sociedade como um todo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *