Bolsonaro tenta se afastar do homem-bomba de Brasília. Vai colar?
Bolsonaro tenta se descolar do “homem-bomba” em Brasília: “Vai colar”
O ex-presidente Jair Bolsonaro, em meio à crise política e jurídica que o envolve, tenta se descolar da imagem de um homem que pretendia explodir uma bomba em Brasília no dia 8 de janeiro. Em uma fala para apoiadores, Bolsonaro minimizou a gravidade dos atos e insinuou que a tentativa de ataque à democracia foi orquestrada para prejudicá-lo. “Acho que vai colar, né?”, afirmou, em referência à investigação sobre a bomba.
O episódio, que ocorreu na véspera da invasão aos prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto, mobilizou as autoridades brasileiras. A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu o suspeito, George Washington de Oliveira Sousa, e apreendeu um artefato explosivo em seu carro. Em sua mochila, foram encontrados explosivos, pólvora e munições. Sousa, um caminhoneiro de 54 anos, disse em depoimento que foi influenciado por mensagens do ex-presidente nas redes sociais.
Apesar do atentado frustado, Bolsonaro, que se encontra em Orlando (EUA), insiste que não teve qualquer participação na tentativa de ataque. Em suas falas, ele ataca o governo Lula e repete o discurso de que houve um “golpe” no Brasil. No entanto, diversos parlamentares de diferentes partidos políticos, incluindo o próprio presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, criticaram o ex-presidente e afirmaram que ele tem responsabilidade direta pelo clima de violência que culminou na invasão aos prédios públicos.
A investigação do caso, sob responsabilidade da Polícia Federal, ainda está em andamento. As autoridades buscam esclarecer se houve financiamento ou apoio de outras pessoas para a tentativa de ataque, bem como o grau de envolvimento de Bolsonaro. A comunidade internacional também acompanha o caso com preocupação, com autoridades de diversos países expressando solidariedade ao Brasil e condenando os atos de violência.
O ataque, ainda que frustrado, demonstra a fragilidade da democracia brasileira em um momento de polarização política. As autoridades, por sua vez, têm a missão de garantir a segurança da população e de apurar os fatos, punindo os responsáveis. A investigação sobre a bomba e o ataque aos prédios do governo, com a participação de Bolsonaro, deverá ser um dos principais focos da política brasileira nos próximos meses.