Bolsonaro presta depoimento à CGU nesta terça em processo que apura conduta de ex-diretor da PRF



Bolsonaro Depõe à CGU em Processo que Apura Conduta de Ex-Diretor da PRF

O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento à Controladoria-Geral da União (CGU) nesta terça-feira (5), em Brasília, no âmbito de um processo que apura a conduta do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. A investigação, iniciada em abril de 2023, busca determinar se houve irregularidades na atuação da PRF durante o segundo turno das eleições de 2022.

O depoimento de Bolsonaro durou cerca de quatro horas e ocorreu no âmbito de um procedimento administrativo disciplinar instaurado contra Vasques. A CGU suspeita que o ex-diretor da PRF tenha atuado de forma irregular durante o segundo turno das eleições, com o objetivo de beneficiar a campanha de Bolsonaro.

Em entrevista após o depoimento, Bolsonaro negou as acusações de irregularidades e disse que a PRF atuou de forma legal e imparcial durante as eleições. Ele afirmou ainda que a investigação da CGU é “uma perseguição política” e que o objetivo é “manchar a sua imagem”.

“Eu fui à CGU prestar esclarecimentos sobre o que sei sobre a atuação da PRF. Não tenho nada a esconder”, disse Bolsonaro. “A PRF agiu dentro da lei e cumprindo as suas funções. Este é um processo político, uma perseguição, para tentar me prejudicar”, afirmou.

A investigação da CGU se baseia em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do próprio órgão, que apontam para uma concentração de operações de fiscalização da PRF em estados do Nordeste, região considerada crucial para a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. O TSE constatou, por exemplo, que a PRF realizou 52% de suas operações em estados do Nordeste no dia do segundo turno, enquanto a região representa 27% do eleitorado nacional.

A CGU também investiga a conduta de Vasques em relação à divulgação de informações falsas sobre as eleições de 2022. O ex-diretor da PRF foi exonerado do cargo em janeiro de 2023, após o ministro da Justiça, Flávio Dino, pedir sua demissão por causa de suas declarações públicas sobre as eleições.

Ainda não há previsão para o término da investigação da CGU. A conclusão do processo poderá resultar na aplicação de penalidades administrativas a Vasques, como a perda do cargo público e a proibição de ocupar outro cargo público por até cinco anos.

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