BC só atuará se houver ‘disfuncionalidade’ no mercado, diz Galípolo em meio à alta no dólar
– O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (24) que o Banco Central (BC) só intervirá no mercado cambial se houver indícios de disfuncionalidade. A declaração foi feita em meio à forte alta do dólar, que chegou a superar os R$ 4,90 durante a sessão, após a divulgação de dados econômicos nos Estados Unidos que sinalizaram uma economia mais forte que o esperado.
Galípolo ressaltou que o BC monitora de perto a situação do mercado cambial, mas que a autoridade monetária não pretende realizar intervenções para controlar a taxa de câmbio. Segundo ele, a estratégia do governo é manter a política de metas de inflação e focar nas reformas econômicas para gerar confiança no mercado. A prioridade, de acordo com o secretário, é evitar ações que possam ser interpretadas como manipulação do mercado.
A alta do dólar nesta quinta-feira foi impulsionada pela divulgação de dados que mostraram um crescimento mais robusto que o previsto na economia americana, aumentando as expectativas de que o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, continue a elevar os juros nos próximos meses. Esse movimento fortalece o dólar globalmente e gera pressão sobre moedas emergentes como o real.
Galípolo reforçou a necessidade de o Brasil manter a responsabilidade fiscal e a previsibilidade da política econômica para atrair investimentos e garantir a estabilidade cambial a longo prazo. Ele argumentou que intervenções pontuais no mercado de câmbio podem gerar distorções e até mesmo agravar a volatilidade, sendo preferível focar em políticas macroeconômicas sólidas.
Embora o secretário tenha descartado intervenções diretas por enquanto, a postura do BC em relação à alta do dólar permanece sob intensa observação do mercado. A trajetória da taxa de câmbio e as próximas decisões de política monetária do Banco Central serão cruciais para definir o rumo da economia brasileira nos próximos meses. A declaração de Galípolo, portanto, aponta para uma mudança de abordagem do governo federal frente às oscilações cambiais, priorizando a estabilidade a longo prazo em detrimento de ações pontuais de controle da taxa de câmbio.