Baixo rendimento na produção de laranja afeta indústrias de suco no noroeste do Paraná

Baixa Produção de Laranja Assombra Indústria de Suco no Noroeste do Paraná

– O noroeste do Paraná, tradicionalmente conhecido como um dos maiores polos produtores de laranja do Brasil, enfrenta uma crise silenciosa que ameaça a indústria do suco. A produção de laranja na região caiu 30% em relação ao ano passado, atingindo diretamente as indústrias que dependem da fruta para a fabricação de seus produtos. A principal causa da queda na produção, de acordo com especialistas, é a seca que assola a região há meses.

“A falta de chuvas prejudicou o desenvolvimento das plantas, afetando a qualidade e quantidade da produção”, explica o engenheiro agrônomo José Carlos Santos, da Cooperativa dos Citricultores do Noroeste (CoopCitro). “A seca comprometeu o ciclo natural das laranjas, levando à redução do tamanho e da quantidade de suco extraído de cada fruta”.

A CoopCitro, que reúne mais de 500 produtores de laranja da região, estima uma perda de R$ 10 milhões em receita devido à baixa produção. O impacto da crise se estende além dos produtores, atingindo também as indústrias de suco que dependem da matéria-prima local.

“O baixo volume de laranja disponível no mercado está pressionando os preços para cima, tornando a produção de suco mais cara”, afirma o gerente industrial da empresa Suco Natural, localizada em Umuarama, Roberto Silva. “Se a situação não melhorar, a produção de suco na região pode ser comprometida”.

As indústrias estão buscando alternativas para contornar a crise. A Suco Natural, por exemplo, está importando laranja de outras regiões do país, mas o custo do transporte e a qualidade da fruta importada são um desafio. A empresa também está investindo em tecnologias para aumentar a eficiência na produção de suco, utilizando menos fruta para produzir a mesma quantidade do produto final.

A CoopCitro, por sua vez, está investindo em pesquisas para desenvolver novas variedades de laranja mais resistentes à seca. A cooperativa também está orientando os produtores sobre práticas de manejo mais eficientes para minimizar os impactos da seca.

Apesar dos esforços para superar a crise, a situação ainda é preocupante. A falta de chuvas e as incertezas sobre o clima futuro colocam em risco a produção de laranja na região, com impactos negativos para os produtores, indústrias e toda a cadeia produtiva. A recuperação do setor depende de ações coordenadas e investimentos em longo prazo, tanto por parte do governo quanto do setor privado.