Ato cobra centro de memória em quartel que abrigou o DOI-Codi no Rio
Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 2024 – Um ato público realizado neste domingo, 25 de fevereiro, em frente ao 1º Batalhão de Polícia do Exército, no Rio de Janeiro, cobrou a criação de um Centro de Memória no local. O quartel abrigou, durante a ditadura militar (1964-1985), o DOI-CODI (Departamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna), órgão de repressão conhecido por sua atuação brutal contra opositores do regime. O ato, organizado pela Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos do Rio de Janeiro (CFM-RJ), reuniu familiares de vítimas, ativistas de direitos humanos e representantes de movimentos sociais.
Os manifestantes enfatizaram a importância de transformar o espaço em um centro de memória para preservar a história e a memória das vítimas da ditadura. A proposta é criar um espaço que registre os crimes cometidos durante o período, homenageando os desaparecidos e mortos pela repressão. A iniciativa busca garantir que as atrocidades cometidas não sejam esquecidas e que as novas gerações entendam a importância da luta pela democracia e pelos direitos humanos.
O ato contou com depoimentos emocionantes de familiares que perderam seus entes queridos durante a ditadura. A dor e a luta pela justiça e pelo reconhecimento da violência sofrida foram temas centrais das falas. Os participantes destacaram a necessidade de um memorial que permita à sociedade acessar as informações sobre as vítimas e o funcionamento do DOI-CODI, contribuindo para um processo de enfrentamento do passado e de construção de uma sociedade mais justa e democrática.
Representantes da CFM-RJ frisaram que o local escolhido carrega uma pesada carga histórica e simboliza a violência imposta pela ditadura. A criação do Centro de Memória, segundo eles, é fundamental para que o passado não se repita e para a promoção de uma cultura de direitos humanos. A proposta tem como objetivo transformar o quartel em um espaço de memória, reflexão e educação, acessível ao público para promover a conscientização sobre os crimes cometidos pela ditadura.
O ato público concluiu com a reafirmação do compromisso dos presentes em continuar a luta pela memória, justiça e reparação das vítimas da ditadura militar. A expectativa é que a pressão social e a mobilização da sociedade civil contribuam para a concretização da proposta de um Centro de Memória no quartel do Exército.