Atentado a assentamento é reflexo da ofensiva anti-MST no Congresso, diz deputado



Atentado a assentamento do MST reflete ofensiva anti-movimento no Congresso, afirma deputado

– O atentado ocorrido em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Quirinópolis, Goiás, no dia 26 de fevereiro, é reflexo da crescente ofensiva contra o movimento no Congresso Nacional, segundo o deputado federal Padre João (PT-MG). Em entrevista à CartaCapital, o parlamentar atribuiu o episódio de violência, que resultou em danos materiais e ferimentos leves em um morador, à escalada de ações e discursos que criminalizam e estigmatizam o MST.

O atentado envolveu disparos de arma de fogo contra casas de famílias assentadas na região. De acordo com o relato do deputado, a ação não foi um evento isolado, mas sim parte de um contexto mais amplo de aumento da violência contra os sem-terra. Padre João destaca a intensificação de projetos de lei no Congresso que visam dificultar ou impedir as ações do MST, criando um clima de hostilidade e permitindo que atos violentos como esse ocorram com relativa impunidade.

O parlamentar apontou a aprovação, em 2023, da PEC da Transição como um elemento crucial nesse contexto. Ele argumenta que a retirada de recursos destinados à reforma agrária, prevista na PEC, enfraquece as políticas públicas de combate à desigualdade fundiária e alimenta a tensão no campo. A consequência direta, na visão do deputado, é o aumento da violência contra movimentos sociais que lutam pela terra, como o MST.

Padre João também criticou a postura de alguns setores políticos e midiáticos que, segundo ele, contribuem para a disseminação de um discurso de ódio contra o MST, alimentando a intolerância e a violência. Ele defendeu a necessidade de uma apuração rigorosa das responsabilidades pelo atentado em Quirinópolis e cobrou medidas efetivas para garantir a segurança dos trabalhadores rurais sem terra. O deputado alertou para a gravidade da situação, enfatizando o risco de aumento da violência no campo caso não haja uma mudança de postura por parte das autoridades e da sociedade.

A entrevista deixa claro que, para o deputado Padre João, o atentado em Goiás não é um caso isolado, mas um sintoma grave da polarização política e da crescente hostilidade contra o MST. A responsabilização dos autores do atentado e a implementação de políticas públicas que garantam a segurança e os direitos dos trabalhadores rurais sem terra são, em sua perspectiva, cruciais para evitar novos episódios de violência.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *