Ataques com agrotóxicos a comunidades rurais crescem 10 vezes em um ano, diz CPT; MA lidera casos
Ataques com agrotóxicos em comunidades rurais crescem dez vezes em um ano, aponta CPT
– Um relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) revela um aumento alarmante nos ataques com agrotóxicos contra comunidades rurais no Brasil. De acordo com os dados divulgados, houve um crescimento de dez vezes no número de casos registrados entre 2021 e 2022, saltando de 20 para 200 ocorrências. O estado do Maranhão lidera o ranking de registros, representando 60% dos casos relatados. A escalada da violência no campo preocupa profundamente as entidades de defesa dos direitos humanos e ambientalistas.
O relatório da CPT detalha uma variedade de ataques, incluindo pulverizações aéreas e terrestres em áreas próximas a comunidades, afetando diretamente a saúde da população e o meio ambiente. A organização denuncia que a impunidade persiste em grande parte dos casos, permitindo que os perpetradores atuem com crescente ousadia. As vítimas são, em sua maioria, famílias de agricultores e trabalhadores rurais que vivem em situação de vulnerabilidade social e econômica.
Além do Maranhão, outros estados também registraram um número significativo de ocorrências. O Pará e o Piauí aparecem em seguida, com 14% e 10% dos casos, respectivamente. Os demais 16% dos ataques se distribuem por outros estados brasileiros. A CPT destaca a necessidade de investigação profunda e punição exemplar dos responsáveis por esses crimes, além de políticas públicas efetivas para proteger as populações rurais e o meio ambiente.
Entre os principais motivos apontados pela CPT para o aumento desses ataques estão a expansão da fronteira agrícola, a intensificação do uso de agrotóxicos e a fragilidade das instituições em garantir a proteção das comunidades afetadas. A falta de fiscalização e a morosidade na apuração das denúncias contribuem para a impunidade e o aumento da violência no campo.
A situação exige uma resposta urgente por parte das autoridades. A CPT reforça a necessidade de um maior investimento em fiscalização ambiental, investigação eficaz dos crimes ambientais e a implementação de políticas públicas que garantam o direito à saúde, à segurança e à vida digna das comunidades rurais. A organização destaca a importância da participação da sociedade civil na pressão por mudanças e na construção de um sistema mais justo e sustentável.