Ata do Copom defende disciplina fiscal e menciona aumento de gastos públicos para justificar alta na Selic



Copom justifica alta da Selic com aumento de gastos públicos e defende “disciplina fiscal”

– O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central justificou nesta quarta-feira (2) a manutenção da taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano, argumentando que a alta dos gastos públicos no primeiro semestre de 2023 exige cautela para controlar a inflação. A decisão, anunciada após a reunião do Copom, foi acompanhada de um comunicado que destaca a necessidade de “disciplina fiscal” para garantir a estabilidade da economia.

O documento do Copom reconhece o aumento dos gastos públicos no primeiro semestre, apontando que o crescimento das despesas primárias do governo central, excluindo juros, foi de 10,9% em relação ao mesmo período de 2022. Esse crescimento, segundo o comunicado, “aumenta o risco de que a demanda agregada permaneça elevada por mais tempo, o que pode pressionar a inflação para cima”.

O Copom, no entanto, destaca que a inflação está em trajetória de convergência para a meta de 3,25% para 2023. A projeção da instituição para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no final do ano é de 4,6%.

A manutenção da Selic em 13,75% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas, reflete o compromisso do Copom com o controle da inflação. Apesar dos sinais de desaceleração da economia, o Comitê considera que a taxa de juros elevada é essencial para conter as pressões inflacionárias.

“O Copom reitera que o processo de desinflação ainda está em curso, embora as expectativas de inflação tenham se deteriorado recentemente”, afirma o comunicado. “O Comitê continuará monitorando de perto os indicadores de inflação e atividade econômica, bem como as perspectivas para a política fiscal.”

A decisão do Copom de manter a Selic em 13,75% ao ano sinaliza que o Banco Central está atento à necessidade de controlar a inflação e manter a estabilidade da economia. A manutenção da taxa de juros elevada, porém, pode impactar negativamente o crescimento econômico e o mercado de trabalho.

A próxima reunião do Copom está prevista para o dia 20 de setembro, quando o Comitê irá avaliar novamente a conjuntura econômica e decidir sobre os próximos passos da política monetária.

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