As pistas achadas por cientistas de ‘gêmeo perdido’ do Sol
Cientistas encontram pistas de uma “estrela gêmea” perdida do Sol
– A busca por um irmão longínquo do Sol, uma estrela gêmea que teria se formado na mesma nuvem molecular, ganhou novo impulso. Um estudo publicado recentemente apontou para a existência de 20 estrelas candidatas a gêmeas solares, localizadas a até 650 anos-luz da Terra. Essa descoberta, fruto de um árduo trabalho de análise de dados do Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), revela pistas importantes para entender a história da formação do nosso sistema solar e, por extensão, a própria origem da vida na Terra.
O projeto, liderado por Vardan Adibekyan, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) em Portugal, se baseou na comparação de propriedades como a composição química, a idade e a velocidade espacial das estrelas. A equipe analisou dados de 30.000 estrelas, buscando aquelas com características semelhantes ao Sol, incluindo a abundância de elementos químicos como ferro, oxigênio e magnésio. A análise resultou na identificação de 20 estrelas candidatas que compartilham uma composição química surpreendentemente similar à do nosso Sol, sugerindo uma origem comum na mesma nuvem molecular.
A semelhança química não se limita apenas à abundância de elementos, mas também inclui isótopos específicos, como o lítio. A presença de lítio em quantidades similares nas estrelas candidatas e no Sol é uma evidência crucial, pois este elemento é facilmente destruído dentro das estrelas. Isso indica que essas estrelas, incluindo o Sol, se formaram relativamente rápido, antes que o lítio pudesse ser consumido em larga escala. A descoberta também sugere que a gêmea perdida do Sol, caso comprovada, pode estar entre essas 20 candidatas. A equipe de Adibekyan destaca que esta é apenas uma fase inicial da pesquisa, e estudos futuros, com análises mais aprofundadas, serão necessários para confirmar se alguma destas estrelas é, de fato, a gêmea solar perdida.
Apesar de não haver ainda a confirmação definitiva de uma gêmea solar, a descoberta representa um avanço significativo na compreensão de nosso lugar no universo. A identificação de estrelas com composição química tão similar ao Sol abre novas perspectivas para o estudo da formação estelar e para a busca de planetas potencialmente habitáveis ao redor dessas estrelas gêmeas, permitindo-nos extrapolar os conhecimentos sobre o nosso sistema solar para outros sistemas planetários semelhantes. A pesquisa continua, prometendo novas descobertas sobre a história e a evolução de nosso próprio Sol.