As justificativas de Galípolo para a inflação acima da meta em 2024



Brasília, 24 de agosto de 2023 – O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galipolo, apresentou justificativas para a projeção de inflação acima da meta em 2024, durante entrevista concedida nesta quinta-feira (24). A declaração surge em meio às preocupações com a trajetória dos preços, que, segundo o próprio governo, deve atingir 3,25% no próximo ano, acima da meta central de 3%. Galipolo atribuiu a discrepância a uma combinação de fatores externos e ajustes internos da política econômica.

Entre os fatores externos destacados por Galipolo estão a persistência da alta dos preços de alimentos e energia no mercado internacional, influenciando diretamente nos preços domésticos. Ele também mencionou a volatilidade cambial, que afeta a inflação por meio dos preços de importações. O secretário enfatizou a complexidade do cenário global, argumentando que a inflação brasileira não se encontra isolada das tendências internacionais.

No que tange aos ajustes internos, Galipolo explicou que o governo está promovendo um ajuste fiscal gradual, buscando conciliar a necessidade de redução do déficit público com a manutenção do crescimento econômico. Ele ressaltou que medidas de contenção de gastos e aumento da receita são cruciais para a estabilidade de preços a longo prazo. O secretário afirmou que a equipe econômica está monitorando de perto a situação e adotará medidas adicionais se necessário, sem, no entanto, especificar quais seriam essas medidas.

Apesar da projeção de inflação acima da meta para 2024, Galipolo se mostrou confiante na capacidade do governo de controlar os preços. Ele destacou a importância da política monetária do Banco Central, que, segundo ele, tem demonstrado efetividade no controle da inflação. A expectativa é de que o Banco Central continue utilizando suas ferramentas para manter a inflação sob controle, em linha com as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A entrevista de Galipolo ofereceu uma visão detalhada sobre os desafios e as estratégias do governo para lidar com a inflação no próximo ano. Embora reconheça a possibilidade de a inflação ficar acima da meta central, o secretário executivo demonstrou otimismo quanto à capacidade do governo em manter a estabilidade econômica, atribuindo a ultrapassagem da meta a fatores conjunturais e a um ajuste fiscal necessário para a sustentabilidade da economia brasileira no longo prazo. A declaração acalmou os mercados, mostrando que o governo não está despreparado para a situação e que possui estratégias de controle.

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