Após estudo, famílias pedem novo protocolo da saúde em Brumadinho
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Após estudo, famílias de Brumadinho pedem novo protocolo de saúde
– Um ano e meio após a publicação de um estudo que apontou altos índices de contaminação por metais pesados em moradores da região afetada pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, famílias impactadas pelo desastre exigem a implementação de um novo protocolo de saúde. O documento, elaborado pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), revelou que 91% das amostras de sangue analisadas apresentavam níveis de arsênio acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A constatação levou a comunidade a solicitar ações mais efetivas do poder público e da mineradora para o acompanhamento da saúde da população.
O estudo da Ufop, que analisou amostras de 480 moradores das regiões de Córrego do Feijão, Parque da Cachoeira e Juatuba, também detectou altos níveis de manganês, chumbo e cádmio em diversas amostras. A pesquisa, realizada entre 2020 e 2021, destacou a necessidade de um acompanhamento médico especializado e contínuo para monitorar os impactos à saúde da população a longo prazo. A preocupação se estende a outras substâncias, como mercúrio, cromo e alumínio, cujos impactos à saúde ainda precisam ser melhor avaliados.
Apesar do relatório apontar a gravidade da situação, as famílias reclamam da falta de um protocolo específico e eficaz para o tratamento e acompanhamento de saúde. Atualmente, o atendimento médico oferecido pela Vale e pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é considerado insuficiente para atender às necessidades da comunidade, que sofre com uma série de problemas de saúde, como dores de cabeça, problemas respiratórios e dermatológicos. As famílias argumentam que o atual protocolo não leva em consideração as peculiaridades da contaminação por metais pesados e a necessidade de um acompanhamento específico e contínuo.
A falta de respostas efetivas por parte dos órgãos responsáveis acende um alerta sobre a necessidade de uma ação mais contundente e integrada. A mobilização das famílias afetadas visa pressionar as autoridades a tomarem providências imediatas para garantir o direito à saúde e a qualidade de vida dos moradores de Brumadinho, que continuam a sofrer as consequências devastadoras do rompimento da barragem, mesmo após quase cinco anos do ocorrido. A expectativa é de que a criação de um novo protocolo, baseado nos dados científicos apresentados pela Ufop, ofereça o acompanhamento adequado e os recursos necessários para a recuperação da saúde da população impactada.