Após boicote do partido governista, presidente da Coreia do Sul escapa de impeachment
Seul, 28 de fevereiro de 2023 – A presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, escapou de um processo de impeachment nesta terça-feira, 28 de fevereiro, após o principal partido governista, o Poder do Povo, ter boicotado a votação na Assembleia Nacional. A manobra política impediu que o processo avançasse, necessitando de pelo menos 90 votos a favor para prosseguir.
A oposição, que havia apresentado a denúncia de impeachment contra Yoon, acusava-a de violar as leis eleitorais e de abuso de poder, alegando que a presidente teria recebido informações privilegiadas durante sua campanha. Acusações graves, que segundo os oposicionistas, comprometeram a integridade do processo eleitoral. Apesar de 171 legisladores terem votado, o resultado final aponta para uma grande derrota para a oposição. A proposta de impeachment recebeu apenas 58 votos, 32 a menos do que o número mínimo necessário para que o processo avançasse para a próxima fase.
O boicote estratégico do partido governista foi decisivo para o resultado. Com a ausência de votos do Poder do Povo, a oposição não conseguiu reunir os votos suficientes para aprovar a denúncia. A estratégia do partido governista evidenciou uma forte união interna em defesa da presidente, demonstrando um cenário de polarização política acentuada. Essa ação, por sua vez, gerou críticas por parte da oposição, que acusou o partido governista de obstrução da justiça e de proteger a presidente de uma investigação justa.
A presidente Yoon Suk-yeol não se pronunciou publicamente sobre o ocorrido imediatamente após a votação. A ausência de um pronunciamento oficial mantém um clima de expectativa sobre os próximos passos do governo e as relações entre o Executivo e o Legislativo. O episódio deixa claro a fragilidade do sistema político sul-coreano, marcado por profundas divisões ideológicas.
A votação encerra, pelo menos por enquanto, a ameaça de impeachment que pairava sobre a presidente Yoon Suk-yeol. No entanto, a alta polarização política e as denúncias de irregularidades permanecem como um fator de instabilidade política no país. O episódio serve como um alerta sobre a fragilidade das instituições democráticas em momentos de acirramento ideológico e demonstra a capacidade dos partidos políticos de manipular os mecanismos do sistema para alcançar seus objetivos. O futuro político de Yoon Suk-yeol, contudo, permanece incerto, sujeito a novas investigações e à dinâmica política ainda instável na Coreia do Sul.