Após apoiar Hugo Motta, Lira dá a Elmar Nascimento a relatoria de projeto sobre emendas



Lira cede relatoria de projeto sobre emendas a Elmar Nascimento após pressão de aliados

– Em um movimento que indica a fragilidade da base governista no Congresso, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), cedeu a relatoria do projeto de lei que trata do regime de emendas parlamentares ao deputado Elmar Nascimento (União-BA), líder do União Brasil na Casa. A decisão foi tomada após pressão de aliados do governo, que pressionavam por uma figura mais alinhada ao Palácio do Planalto para conduzir a discussão.

A relatoria do projeto, que altera o regime de emendas parlamentares e inclui o chamado “orçamento secreto”, inicialmente estava com o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), um dos principais aliados de Lira. A troca, no entanto, foi vista como uma forma de acalmar os ânimos dos partidos que compõem a base do governo e que se sentiam desprestigiados com a escolha de Motta.

O União Brasil, que possui a segunda maior bancada na Câmara com 59 deputados, pressionava por um espaço maior nas decisões do governo. A legenda, que surgiu da fusão entre o PSL e o DEM, foi fundamental para a vitória de Lula nas eleições e possui forte interesse no comando da relatoria do projeto sobre emendas, que pode direcionar bilhões de reais para os parlamentares.

A mudança na relatoria, no entanto, não garante a aprovação do projeto no formato desejado pelo governo. A oposição, liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já sinalizou que irá obstruir a votação do projeto, alegando que ele “abre portas para a corrupção e o clientelismo”. A discussão sobre as emendas parlamentares promete ser um dos grandes embates políticos do ano, com o governo buscando aprovar a medida para garantir a governabilidade e a oposição buscando barrar a medida, alegando que ela fragiliza o sistema democrático.

A troca de relator demonstra, portanto, a fragilidade da base governista e o desgaste da relação entre Lira e o governo. O presidente da Câmara busca manter o apoio dos aliados, mas precisa lidar com a pressão da oposição e as disputas internas dentro da base aliada. O destino do projeto, que pode ter impacto direto na gestão do governo, ainda é incerto, mas a disputa pela sua relatoria já demonstra a complexidade da relação entre o governo e o Congresso.

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