Após absolvição de policiais, família de Maria Cauane lamenta decisão do júri no AC: ‘Ela não vale nada’



Justiça absolve policiais acusados da morte de Maria Cauane; família lamenta: “Ela não vale nada”

Rio Branco, AC, 09 de dezembro de 2024 – A família de Maria Cauane da Silva, morta em 2021 durante uma ação policial em Rio Branco, reagiu com indignação à decisão do júri que absolveu os três policiais militares acusados pelo crime. A sentença, proferida nesta segunda-feira, gerou revolta e descrença nos familiares da jovem, que questionam a justiça e se sentem desamparados diante da perda.

A audiência, realizada no Fórum de Rio Branco, durou cerca de 12 horas. Os policiais militares foram acusados de homicídio qualificado, mas o júri popular decidiu pela absolvição por maioria dos votos, após os debates e apresentação de provas por ambas as partes. A defesa dos policiais sustentou a tese de legítima defesa. A família de Maria Cauane contesta veementemente essa versão, afirmando que a jovem não representava ameaça e que a ação policial foi desproporcional e violenta.

“Ela não vale nada para eles”, desabafou uma familiar após o anúncio da decisão. A dor e a frustração eram visíveis no rosto dos parentes presentes, que não se conformaram com o resultado. A indignação se estende além da família, com diversos ativistas de direitos humanos e organizações da sociedade civil se manifestando contra a decisão, apontando para a necessidade de uma investigação mais aprofundada e transparente sobre casos de violência policial.

A sentença de absolvição dos policiais militares reacende o debate sobre a impunidade em casos de abuso de autoridade e a necessidade de uma reforma no sistema de segurança pública para garantir a proteção da vida e os direitos humanos de todos os cidadãos. A família de Maria Cauane, além de enfrentar a dor da perda irreparável, agora precisa lidar com a sensação de injustiça e impunidade diante da morte da jovem. A luta por justiça, segundo os familiares, não terminará com esta decisão judicial. A possibilidade de recursos judiciais será analisada pela defesa da família.

A morte de Maria Cauane da Silva permanece um símbolo da vulnerabilidade da população diante da violência policial, questionando a eficácia das investigações e a imparcialidade da justiça em casos que envolvem agentes do Estado. A decisão judicial, longe de trazer fechamento, aprofunda as feridas e reforça a necessidade de uma reforma profunda para que tragédias como esta não se repitam.

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