Após 4 meses, casal que dançou imitando macaco é indiciado por racismo



Casal indiciado por racismo após imitação de macaco em vídeo viral

– Quatro meses após a repercussão negativa de um vídeo em que aparecem imitando macacos, o casal Paulo Roberto Xavier e Maria Helena de Oliveira foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por racismo. A investigação, conduzida pelo 1º Distrito Policial de São Paulo (DP), concluiu que as ações do casal configuram crime de racismo, previsto no artigo 20 da Lei nº 7.716/89.

O vídeo, que viralizou nas redes sociais em abril deste ano, mostra o casal dançando e imitando movimentos de macacos. A gravação gerou grande indignação e revolta entre internautas, que denunciaram o ato como racista, argumentando que a mímica de primatas é frequentemente utilizada para menosprezar e desumanizar pessoas negras. A denúncia culminou na abertura de um inquérito policial para apurar os fatos.

Durante a investigação, foram ouvidas diversas testemunhas e analisadas as provas colhidas, incluindo o próprio vídeo. O delegado responsável pelo caso entendeu que as atitudes de Xavier e Oliveira tinham a intenção de ofender a dignidade de pessoas negras, preenchendo, assim, os requisitos do crime de racismo. O inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se oferece ou não denúncia contra o casal. A pena para o crime de racismo varia de um a três anos de prisão, além de multa.

Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil, o casal foi indiciado por injúria racial, crime que, de acordo com o artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, é punido com pena de reclusão de um a três anos e multa. A distinção entre injúria racial e racismo, frequentemente confundidas, reside no fato de que o racismo se configura como um crime contra a coletividade, enquanto a injúria racial atinge indivíduos específicos. Apesar da indiciação por injúria racial, as ações da investigação parecem considerar o caráter de atingir uma coletividade, justificando a gravidade atribuída aos atos do casal.

O caso ressalta a importância da denúncia e o combate ao racismo no Brasil, demonstrando que atos aparentemente banais podem ter consequências graves e configuram crime passível de punição. A decisão do Ministério Público sobre o oferecimento da denúncia será aguardada com atenção pela sociedade. A repercussão deste caso evidencia a necessidade contínua de conscientização e combate a todas as formas de preconceito e discriminação racial.

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