Ao menos 70 detidos nos protestos pós-eleições na Venezuela são libertados
Caracas, 23 de outubro de 2023 – Pelo menos 70 pessoas detidas durante os protestos que se seguiram às eleições regionais na Venezuela foram libertadas, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira. A informação, embora positiva, não diminui a gravidade da situação dos direitos humanos no país, onde a repressão a manifestações contrárias ao governo é recorrente.
A onda de prisões ocorreu após os resultados eleitorais de 21 de outubro, que viram o partido governista, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), consolidar sua posição de poder em várias regiões. Embora o número exato de detidos não seja completamente claro, a organização não-governamental Foro Penal, que monitora a situação de presos políticos no país, confirmou a libertação de ao menos 70 indivíduos. A ONG não detalhou se todas essas libertações foram condicionais ou incondicionais, tampouco forneceu informações sobre o número de pessoas que permanecem presas em decorrência das manifestações.
A repressão às manifestações, segundo relatos, envolveu uso de força excessiva por parte das autoridades, resultando em detenções arbitrárias e denúncias de maus-tratos a manifestantes. O Foro Penal tem denunciado constantemente a perseguição política e a violação dos direitos humanos na Venezuela, apontando para um padrão de repressão sistemática a qualquer forma de oposição ao governo. A falta de transparência em relação ao número total de presos e as condições de suas prisões dificulta a avaliação completa da situação.
Apesar da libertação de ao menos 70 pessoas, a situação permanece preocupante. A falta de informações precisas e a persistente repressão política lançam uma sombra sobre o processo eleitoral e reforçam as preocupações da comunidade internacional com a situação dos direitos humanos na Venezuela. A libertação parcial, ainda que um sinal positivo, não garante o fim das violações e a necessidade de uma investigação completa sobre os abusos cometidos durante os protestos pós-eleitorais permanece. A comunidade internacional e organizações de direitos humanos continuarão monitorando a situação de perto.