Ao manter Derrite e defender Bolsonaro, Tarcísio mostra que carrega feridos
Brasília, 5 de dezembro de 2024 – A decisão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de manter o secretário da Casa Civil, Gilberto Kassab, e ao mesmo tempo defender o ex-presidente Jair Bolsonaro, expõe uma fragilidade em sua trajetória política, segundo análise da colunista Andréia Sadi, publicada hoje no G1. A manutenção de Kassab, aponta Sadi, demonstra uma tentativa de conciliação com o centro, enquanto a defesa de Bolsonaro sinaliza uma fidelidade à ala mais radical do bolsonarismo. Essa postura ambígua, na visão da colunista, revela uma dificuldade em consolidar uma base sólida e consistente para seu futuro político.
A reportagem destaca a complexidade da situação de Tarcísio, que busca equilibrar interesses distintos e demonstra uma incapacidade de abandonar completamente o apoio de Bolsonaro, mesmo após a derrota nas eleições presidenciais. A manutenção de Kassab, figura representativa do centrão, sugere uma estratégia de ampliação de seu leque de apoio, buscando aproximação com partidos e políticos de outras correntes ideológicas. No entanto, essa estratégia contrasta diretamente com a sua defesa pública de Bolsonaro, um gesto que pode alienar parte do eleitorado e dificultar a construção de novas alianças políticas.
Sadi analisa que a postura de Tarcísio demonstra um cálculo político arriscado, que pode comprometer a sua imagem e a sua projeção política no futuro. A colunista argumenta que a tentativa de agradar a diferentes espectros ideológicos, sem abandonar completamente a base bolsonarista, pode resultar numa situação de desgaste político e de perda de credibilidade, impedindo-o de alcançar seus objetivos políticos de longo prazo. A manutenção de Kassab, em contraponto à defesa de Bolsonaro, revela, segundo a análise, uma situação de “feridos” que o governador precisa administrar com cautela, para evitar maiores consequências negativas para sua carreira.
Em conclusão, a análise de Andréia Sadi aponta que a estratégia política de Tarcísio de Freitas, ao conciliar a manutenção de Kassab com a defesa de Bolsonaro, demonstra uma fragilidade em sua base de apoio e um desafio para construir uma narrativa política coerente e de longo prazo, colocando em risco sua projeção futura. A manutenção desses dois “eixos” – Kassab representando o centro e Bolsonaro representando a direita radical – é vista como um ato de malabarismo político com riscos consideráveis.