Ao elevar Selic a 11,25%, Copom pede ‘política fiscal crível’ e fala em ciclo de aperto monetário
Copom eleva Selic para 11,25% ao ano, a 3ª maior taxa real de juros do mundo
– Em uma decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, para 11,25% ao ano nesta quarta-feira (2). Essa é a terceira alta consecutiva da Selic, que já acumula uma elevação de 3,75 pontos percentuais desde o início do ano. Com a nova taxa, o Brasil se posiciona com a terceira maior taxa real de juros do mundo, atrás apenas da Hungria (12,26%) e da República Tcheca (11,97%).
A decisão do Copom reflete a preocupação com a inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,67% em junho, o que levou a taxa acumulada no ano a 4,18%. Essa alta, porém, ficou abaixo das expectativas do mercado, que previa uma inflação de 0,75%.
A decisão do Copom também leva em consideração a projeção do mercado para a inflação, que se encontra em 5,34% para 2023 e 3,1% para 2024. Segundo o comunicado do Copom, a alta da Selic busca “conduzir a inflação para a meta de 3,25% em 2023 e 3% em 2024, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo”.
Apesar de a alta da Selic ter sido um movimento esperado pelo mercado, o impacto da decisão para a economia brasileira ainda é incerto. As empresas, que já sofrem com o encarecimento do crédito, podem ter dificuldades em lidar com os custos financeiros mais elevados. O consumidor também será impactado pela alta, com maior dificuldade para obter crédito e realizar compras.
O Copom se reunirá novamente nos dias 19 e 20 de setembro para avaliar os próximos passos da política monetária. A expectativa do mercado é que a Selic permaneça em 11,25% por mais alguns meses, até que a inflação dê sinais mais claros de desaceleração.