Amazonas lidera ranking de resgate de trabalhadores em condição análoga à escravidão, diz CPT



Amazônia lidera ranking nacional de resgates de trabalhadores em condições análogas à escravidão

Manaus, AM – 03 de dezembro de 2024 – O Amazonas se destaca negativamente no cenário nacional ao liderar o ranking de resgates de trabalhadores em situação de trabalho análoga à escravidão, segundo dados divulgados pela Coordenação Nacional de Combate ao Trabalho Escravo (CLT) do Ministério do Trabalho e Emprego. De janeiro a novembro de 2024, 54% dos trabalhadores resgatados em todo o Brasil estavam no estado amazonense. Este número representa um total de 309 pessoas libertadas de situações degradantes e exploratórias.

A CLT destaca a preocupante prevalência dessas práticas ilegais no estado. A força-tarefa de fiscalização identificou uma série de violações trabalhistas graves, incluindo jornada exaustiva de trabalho, condições de alojamento precárias e insalubres, além da ausência de pagamento de salários ou pagamento de valores irrisórios, caracterizando exploração da mão de obra. As atividades onde se concentraram os resgates foram, principalmente, na pecuária, mineração e agricultura.

Apesar do expressivo número de resgates no Amazonas, o relatório da CLT aponta um aumento no número de ações de combate ao trabalho escravo em todo o país. No comparativo com o ano de 2023, houve um crescimento de 21% no número de ações de fiscalização. No entanto, a prevalência do trabalho análogo à escravidão no estado do Amazonas demonstra a necessidade de intensificação das ações de combate a essas práticas, requerendo maior investimento em fiscalização e ações preventivas.

A CLT enfatiza a importância da denúncia para o combate eficaz ao trabalho escravo. Qualquer situação suspeita pode ser relatada através dos canais oficiais, contribuindo para a interrupção dessas práticas criminosas e a garantia dos direitos fundamentais dos trabalhadores. A luta contra a exploração do trabalho exige a colaboração da sociedade, órgãos fiscalizadores e o Poder Judiciário para garantir que os responsáveis sejam punidos e que as vítimas recebam o apoio necessário para sua reintegração social e profissional. A liderança do Amazonas neste ranking negativo serve como um alerta sobre a urgência de medidas mais efetivas para proteger os trabalhadores e garantir a dignidade do trabalho no estado.

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