Amacro: ameaças e assassinatos marcam área de avanço do agronegócio na Amazônia
Amazônia: Avanço do agronegócio deixa rastro de violência e assassinatos, aponta relatório
– O avanço do agronegócio na Amazônia está diretamente ligado a um aumento significativo de ameaças e assassinatos de lideranças e defensores ambientais, segundo um novo relatório. A pesquisa, que analisou dados de 2016 a 2023, revela um cenário alarmante de violência, onde o desmatamento ilegal e a grilagem de terras criam um ambiente propício para conflitos e crimes.
O relatório, elaborado a partir de dados da Rede Nacional de Justiça Ambiental, demonstra uma correlação preocupante entre a expansão da fronteira agrícola e o aumento dos ataques contra aqueles que se opõem à destruição da floresta. No período analisado, foram registrados 217 assassinatos de defensores de direitos humanos e ambientais na Amazônia Legal, um número que demonstra a gravidade da situação. Destes, 120 ocorreram no Pará, estado que concentra a maior parte dos conflitos fundiários e ambientais.
A violência não se limita apenas a assassinatos. Ameaças de morte, intimidação e perseguição são práticas recorrentes, criando um clima de terror que silencia aqueles que buscam proteger a floresta e os seus habitantes. A expansão da pecuária e da soja é apontada como um dos principais motores do desmatamento ilegal, gerando pressão sobre as terras indígenas e as áreas protegidas. A ausência de fiscalização e a impunidade contribuem para alimentar o ciclo de violência.
O relatório destaca ainda o papel crucial das redes criminosas organizadas no incremento da violência. Essas organizações, muitas vezes ligadas ao desmatamento ilegal e à grilagem de terras, operam com impunidade e recorrem à violência para alcançar seus objetivos. A falta de estrutura e recursos para a investigação e o julgamento desses crimes dificulta a responsabilização dos criminosos e perpetua um ciclo de violência.
A concentração de assassinatos no Pará evidencia a necessidade de ações mais efetivas por parte das autoridades para proteger as lideranças e os defensores ambientais. A impunidade, segundo o relatório, é um dos principais fatores que alimentam esse ciclo de violência. A ausência de investigação adequada e a lentidão da justiça desestimulam a denúncia e expõe os defensores a riscos ainda maiores.
Em conclusão, o relatório aponta para a urgente necessidade de políticas públicas mais eficazes para combater o desmatamento ilegal, proteger os defensores ambientais e responsabilizar os criminosos. A preservação da Amazônia e a garantia da segurança dos seus defensores exigem uma ação conjunta de governos, instituições e sociedade civil, que deve se unir para enfrentar este grave problema. A impunidade e a falta de investimento em segurança pública na região são fatores decisivos que precisam ser imediatamente combatidos para que a violência na Amazônia seja contida.