Algas recolhidas em areia de praia são transformadas em adubo líquido por pesquisadores do ES
Algas transformadas em adubo líquido oferecem solução sustentável para agricultura no Espírito Santo
Vitória, ES – 05/01/2025 – Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) encontraram uma solução inovadora e sustentável para o problema do excesso de algas em praias do estado: a transformação destas em adubo líquido. O projeto, desenvolvido no Laboratório de Biotecnologia Marinha da Ufes, em Vitória, transforma as algas recolhidas na areia em um fertilizante líquido rico em nutrientes, que pode ser utilizado na agricultura.
O processo, segundo a pesquisa, começa com a coleta das algas, principalmente as espécies , que frequentemente se acumulam nas praias capixabas. Após a coleta, as algas passam por um processo de fermentação que transforma a biomassa em um líquido adubador rico em potássio, nitrogênio e fósforo – nutrientes essenciais para o crescimento das plantas. Os pesquisadores explicam que o adubo gerado apresenta uma concentração de potássio que pode chegar a 15% do peso total, representando um substituto potencial para fertilizantes químicos, muitas vezes importados e de alto custo.
A equipe da Ufes destaca que a iniciativa apresenta benefícios ambientais significativos. Além de remover o excesso de algas das praias, que podem causar problemas de saúde pública e afetar o ecossistema costeiro, o projeto reduz a dependência de fertilizantes sintéticos, que contribuem para a poluição ambiental. Os pesquisadores estimam que, em escala comercial, o processo poderia gerar uma redução de aproximadamente 70% no uso de fertilizantes químicos convencionais.
O adubo líquido produzido a partir das algas já passou por testes em cultivos de alface e tomate, demonstrando resultados promissores. A próxima etapa da pesquisa envolve a ampliação dos testes em diferentes culturas e a busca por parcerias para a viabilização da produção em larga escala. A expectativa é que o projeto contribua para a sustentabilidade da agricultura capixaba, oferecendo um fertilizante natural, eficiente e de baixo custo.
A iniciativa representa um exemplo concreto de como a ciência pode contribuir para a solução de problemas ambientais e socioeconômicos, demonstrando o potencial da biotecnologia marinha para o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis. A transformação de um problema ambiental em uma oportunidade econômica demonstra o potencial do Espírito Santo na área da inovação e sustentabilidade.