Afroempreendedores movimentam R$ 2 trilhões ao ano, mas enfrentam desafios para expandir negócios
São Paulo, 26 de julho de 2023 – O poder econômico dos afroempreendedores no Brasil é inegável: movimentam R$ 2 trilhões por ano, segundo dados da pesquisa “Mulheres Negras no Empreendedorismo”, realizada pelo Sebrae e divulgada na última quarta-feira (26). Apesar do impacto significativo na economia nacional, esse grupo enfrenta desafios significativos para expandir seus negócios e alcançar todo o seu potencial.
A pesquisa, que contou com a participação de 1.760 mulheres negras empreendedoras, revela um cenário complexo. Embora a força econômica seja evidente, a falta de acesso a crédito e investimentos é uma das principais barreiras. Apenas 24% das entrevistadas conseguiram obter financiamento bancário, e 44% recorreram a empréstimos de amigos e familiares para manter suas atividades. A dificuldade em acessar linhas de crédito específicas e adaptadas às necessidades de empreendedores negros, além da burocracia excessiva, contribui para este cenário adverso.
Outro obstáculo apontado pelo estudo é a falta de capacitação e mentoria. Apesar da resiliência e do espírito empreendedor demonstrados, muitas empreendedoras relatam a necessidade de aprimorar suas habilidades gerenciais e de acesso a redes de apoio que lhes proporcionem orientação e suporte. O acesso limitado à tecnologia também se configura como um entrave para a digitalização e expansão dos negócios.
A pesquisa destaca, ainda, a importância das políticas públicas direcionadas à promoção da igualdade racial no empreendedorismo. A implementação de programas de fomento ao crédito, capacitação e mentoria específica para afroempreendedores, além de ações que promovam a inclusão em redes de negócios, se mostram cruciais para impulsionar o crescimento desse setor e potencializar sua contribuição para a economia brasileira. A pesquisa aponta que, com o acesso adequado a recursos e oportunidades, o impacto econômico dos afroempreendedores pode ser ainda maior, contribuindo para a redução das desigualdades sociais e para o desenvolvimento sustentável do país.
Em conclusão, a pesquisa “Mulheres Negras no Empreendedorismo” evidencia a força econômica dos afroempreendedores, que movimentam R$ 2 trilhões anualmente. No entanto, a superação dos desafios relacionados ao acesso a crédito, capacitação e tecnologia é fundamental para que este grupo possa expandir seus negócios e alcançar todo seu potencial de crescimento e contribuir ainda mais para a economia do país. A implementação de políticas públicas eficazes e o apoio do setor privado são fatores essenciais para garantir a inclusão e o desenvolvimento desse importante segmento empresarial.