Advogado expõe princípios da linha de defesa que adotará se Jair Bolsonaro se tornar réu no inquérito do golpe
Brasília, 29 de novembro de 2024 – O advogado Paulo Marinho, que já defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro em outras ocasiões, expôs os princípios da linha de defesa que adotaria caso seu cliente se torne réu no inquérito que investiga a participação de Bolsonaro nos atos golpistas de 8 de janeiro. Em entrevista concedida nesta quinta-feira, Marinho detalhou sua estratégia, baseada na contestação da narrativa de que Bolsonaro incitou ou participou de qualquer planejamento para o ataque às sedes dos Três Poderes.
A defesa, segundo Marinho, se concentrará em demonstrar a inexistência de provas que liguem diretamente Bolsonaro aos atos de vandalismo. O advogado destacou a necessidade de uma análise minuciosa de todas as provas apresentadas pela acusação, buscando identificar eventuais falhas e contradições. Ele ressaltou que a liberdade de expressão do ex-presidente será um ponto crucial da argumentação, afirmendo que as declarações de Bolsonaro, mesmo que consideradas polêmicas, não configuram, por si só, incitação à violência.
Marinho mencionou a importância de se diferenciar entre a liberdade de expressão e a incitação à violência, enfatizando a necessidade de uma interpretação cuidadosa do contexto das falas de Bolsonaro. Ele argumentou que a responsabilidade pelos atos de vandalismo recai exclusivamente sobre os indivíduos que executaram os ataques, não podendo ser atribuída ao ex-presidente sem a apresentação de provas contundentes que demonstrem sua participação efetiva na organização ou planejamento dos eventos.
A estratégia defensiva, portanto, se baseia na demonstração da inocência de Bolsonaro por meio da refutação das acusações e na análise rigorosa das evidências apresentadas. O advogado enfatizou a sua confiança na Justiça brasileira e na capacidade de apresentar uma defesa robusta que leve à absolvição do ex-presidente. Ele reiterou que a defesa trabalhará incansavelmente para garantir que os direitos de Bolsonaro sejam plenamente respeitados durante todo o processo judicial.
A entrevista de Marinho fornece um vislumbre da estratégia jurídica que poderá ser empregada na defesa de Bolsonaro caso ele seja formalmente acusado. A tática de focar na ausência de provas diretas e na defesa da liberdade de expressão sugere uma linha de argumentação complexa e que certamente gerará debates acalorados nos próximos meses. Resta saber como a justiça brasileira irá se posicionar diante dos argumentos apresentados pela defesa.