Advogado de Ronnie Lessa diz que delação contribuiu para conclusão do caso: ‘Peço a condenação, mas de forma justa’
– A defesa do ex-policial Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em março de 2018, apresentou nesta quarta-feira sua sustentação oral no julgamento que ocorre no Tribunal do Júri, no Fórum Criminal da capital fluminense. Os advogados de Lessa defenderam a tese da absolvição, argumentando que a acusação não conseguiu comprovar a participação do réu no crime.
Durante a sustentação, a defesa de Lessa questionou a credibilidade da principal testemunha do Ministério Público, o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, apontado como o motorista do carro usado no ataque. Segundo os advogados de Lessa, Queiroz teria mudado sua versão sobre os fatos em diversos momentos, o que torna seu depoimento duvidoso. A defesa ainda questionou a falta de provas materiais que liguem Lessa ao crime, ressaltando que a única prova encontrada contra ele foi uma cápsula deflagrada de calibre 9mm, que foi encontrada na casa do réu e que, segundo a perícia, não coincide com as encontradas no local do crime.
O Ministério Público, por sua vez, argumentou que Lessa agiu com dolo, ou seja, com intenção de matar, e que a prova de sua participação no crime foi comprovada pelo conjunto de provas apresentado durante o julgamento. Os promotores destacaram a existência de diversas provas, como a identificação de Lessa por testemunhas, a localização do veículo de Lessa na cena do crime, a relação do réu com Élcio Queiroz, e o histórico de crimes do ex-policial, incluindo o assassinato de um outro vereador em 2009.
A defesa de Lessa também questionou a presença de outros réus no julgamento, alegando que a investigação não conseguiu provar sua participação no crime e que os mesmos foram incluídos no processo de forma ilegal.
O julgamento da ação penal contra Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz está em sua fase final. Após a apresentação da sustentação oral da defesa, o juiz presidente da sessão, Bruno Ruliere da Cunha, deverá proferir a sentença. O julgamento começou no dia 24 de outubro e foi marcado por momentos de tensão. A expectativa é que a decisão seja anunciada nas próximas horas.