Acusados de matar três policiais no Ceará são absolvidos pelo júri popular
Fortaleza, 17 de dezembro de 2024 – Quatro homens acusados de matar três policiais militares em 2018 foram absolvidos pelo júri popular na última segunda-feira (16), em Fortaleza. A decisão, tomada após cerca de 12 horas de julgamento, causou grande repercussão e gerou debates acalorados sobre a justiça cearense. Os réus, identificados como Francisco das Chagas, Francisco Erivan, Antônio Marcos e Adriano Ferreira, foram acusados da morte dos policiais cabo José Gilvan, sargento David e soldado Francisco Júnior, ocorrida no município de Pacatuba.
O crime, que chocou o estado, aconteceu em 28 de fevereiro de 2018, durante uma ação policial na região. Segundo a denúncia do Ministério Público, os quatro acusados participaram ativamente da emboscada que resultou na morte dos três agentes. A acusação alegou a participação direta dos réus no crime, apresentando testemunhos e provas periciais para sustentar sua tese.
A defesa, por sua vez, sustentou a inocência dos acusados, argumentando a falta de provas contundentes para incriminá-los. A estratégia defensiva focou em questionar a credibilidade das testemunhas e a solidez das provas apresentadas pela acusação. A estratégia da defesa aparentemente convenceu os jurados, que após extensa deliberação, optaram pela absolvição dos quatro acusados.
O julgamento, presidido pelo juiz titular da 1ª Vara do Júri de Fortaleza, durou aproximadamente 12 horas. O Ministério Público se manifestou contrariamente à absolvição, porém a decisão do júri popular é soberana e não pode ser modificada pelo juiz. O resultado do julgamento provocou manifestações divergentes. Enquanto familiares das vítimas demonstraram indignação e frustração com a decisão, a defesa celebrou a absolvição dos seus clientes.
A absolvição dos acusados reabre o debate sobre a eficácia do sistema de justiça criminal, principalmente em casos de crimes contra policiais. A repercussão do caso certamente gerará debates sobre a necessidade de aprimoramento das investigações e do processo judicial, buscando garantir maior segurança e justiça em situações semelhantes. A decisão do júri, embora irrecorrível em relação aos réus, poderá ser alvo de outras ações judiciais, como eventuais recursos do Ministério Público em busca de reparação de danos.