Acordo de US$ 300 bilhões alcançado na COP29 suscita forte decepção entre ambientalistas e países emergentes
Acordo de US$ 300 bilhões na COP29 gera decepção entre ambientalistas e países emergentes
Dubai, 10 de dezembro de 2023 – A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP29) chegou a um acordo para mobilizar US$ 300 bilhões em financiamento climático anual até 2030, mas a celebração foi ofuscada por uma onda de decepção entre ambientalistas e países em desenvolvimento. Embora o valor seja significativo, a promessa de financiamento não atende às urgentes necessidades dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas, gerando críticas e alimentando tensões durante as negociações finais na cidade de Dubai.
O principal ponto de discórdia reside na insuficiência do valor prometido em relação às necessidades reais. Países em desenvolvimento argumentam que os US$ 300 bilhões anuais são muito aquém dos trilhões de dólares necessários para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas. A meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C, estabelecida no Acordo de Paris, exige investimentos muito maiores, segundo especialistas e representantes de nações vulneráveis. A falta de clareza sobre como o financiamento será distribuído e a ausência de garantias de que os recursos chegarão a quem precisa também contribuíram para o sentimento de frustração.
As críticas não se limitam apenas à quantia em si. Há preocupações significativas sobre a origem dos fundos, com temores de que uma grande parte provenha de fontes privadas, sujeitas a condições e prioridades que podem não estar alinhadas com as necessidades dos países em desenvolvimento. A falta de garantias de financiamento público suficiente e previsível de países ricos foi fortemente criticada por ativistas e representantes governamentais, que apontaram a responsabilidade histórica dos países desenvolvidos pelas emissões de gases de efeito estufa.
Organizações ambientais expressaram profunda preocupação com a insuficiência do acordo, alertando que o montante proposto é longe de ser suficiente para evitar os piores impactos da crise climática. Para elas, o acordo representa um fracasso em atender às demandas urgentes de adaptação e mitigação, especialmente para países em desenvolvimento que estão na linha de frente da catástrofe climática. A ausência de metas mais ambiciosas e a falta de compromissos concretos por parte de grandes emissores também foram apontadas como falhas cruciais do acordo.
Em resumo, apesar do anúncio de US$ 300 bilhões em financiamento climático anual até 2030, a COP29 encerra-se com um sentimento generalizado de insatisfação entre ambientalistas e países emergentes. A percepção predominante é de que o acordo, embora representando um progresso financeiro, não reflete a urgência e a magnitude da crise climática, deixando um amargo sabor de incompletude e reforçando a necessidade de um esforço muito maior por parte da comunidade internacional nos próximos anos.