‘Acalma, mas felicidade não traz’, diz irmã de Genivaldo após condenação de ex-PRFs
Aracaju, Sergipe – 07 de dezembro de 2024 – A condenação de três ex-policiais rodoviários federais pelo assassinato de Genivaldo de Jesus, ocorrido em 25 de maio de 2021, em Umbaúba (SE), trouxe um misto de alívio e amargura para a família da vítima. Maria Lucivânia, irmã de Genivaldo, expressou seu sentimento em entrevista após a sentença: “Acalma, mas felicidade não traz”. A declaração resume a complexidade emocional que perpassa a família após mais de três anos de luta por justiça.
O julgamento, realizado nesta sexta-feira (7), resultou na condenação dos ex-PRFs Kleber Nascimento, Rodrigo Pereira e William de Barros. Kleber Nascimento foi condenado a 24 anos e seis meses de prisão em regime fechado, Rodrigo Pereira recebeu a mesma pena, e William de Barros, 23 anos e 8 meses, também em regime fechado. A sentença considera os acusados culpados por homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de asfixia, impossibilidade de defesa da vítima e tortura. A decisão do Tribunal do Júri acatou a tese do Ministério Público Federal (MPF), que acusou os policiais de terem asfixiado Genivaldo dentro de uma viatura da PRF durante uma abordagem policial. A defesa dos réus, contudo, já anunciou recurso da decisão.
A morte de Genivaldo de Jesus, um pedreiro de 38 anos, chocou o Brasil ao trazer à tona a brutalidade policial e a impunidade contra crimes cometidos por agentes da lei. Vídeos que registraram os momentos da abordagem, onde Genivaldo aparece agonizando enquanto é asfixiado na viatura, foram amplamente divulgados nas redes sociais e geraram grande comoção e indignação pública. A sentença, apesar de comemorada pela família, não apaga a dor da perda e não devolve Genivaldo à vida.
A luta pela justiça, para Maria Lucivânia e sua família, representa muito mais do que apenas uma condenação. É a busca por reconhecimento da vida de Genivaldo e um alerta para a necessidade de mudanças profundas no sistema de segurança pública brasileira, combatendo a violência policial e a impunidade que a acompanha. A sentença, embora significativa, representa apenas um passo em um longo caminho na busca por um Brasil mais justo e igualitário.