Abraços fortes, tentativas de beijos e convites: veja relatos de ex-alunos sobre professor da USP acusado de assédio sexual
São Paulo, 16 de janeiro de 2025 – Abraços fortes, insistentes tentativas de beijo e convites para encontros. Esses são alguns dos relatos de ex-alunos sobre o comportamento de um professor da Universidade de São Paulo (USP), acusado de assédio sexual. As denúncias, que começaram a circular nas redes sociais, desencadearam uma série de relatos de ex-alunas que descrevem situações constrangedoras e desconfortáveis vivenciadas durante o período em que estudaram com o professor. A identidade do docente não foi revelada pela reportagem do G1, mas o caso levanta sérias questões sobre a cultura de assédio dentro da instituição e a necessidade de mecanismos mais eficazes de denúncia e punição.
Os relatos compartilhados com a reportagem do G1 são contundentes e detalhados. As ex-alunas descrevem situações que vão desde abraços considerados excessivamente longos e firmes até insistentes tentativas de beijos e convites para encontros fora do ambiente acadêmico, frequentemente feitos em momentos de vulnerabilidade das estudantes. Em um dos relatos, uma ex-aluna afirma ter sido convidada pelo professor para uma viagem, numa demonstração clara de avanço indevido. Outras descrevem o desconforto gerado por comentários considerados inapropriados sobre sua aparência física e vida pessoal. Um padrão se delineia nos depoimentos: a insistência do professor, mesmo após sinais claros de recusa por parte das alunas.
A reportagem destaca a importância das denúncias para que casos como esse não fiquem impunes. A falta de uma cultura de acolhimento e mecanismos efetivos de denúncia pode silenciar vítimas e perpetuar comportamentos abusivos. A USP, por sua vez, ainda não se manifestou oficialmente sobre as acusações. No entanto, a repercussão das denúncias nas redes sociais e na mídia expõe a fragilidade dos mecanismos internos de combate ao assédio sexual na instituição e a urgência de ações para garantir um ambiente acadêmico seguro e respeitoso para todos os seus membros.
O caso evidencia a necessidade de uma mudança cultural significativa nas instituições de ensino superior. É fundamental que as universidades adotem políticas mais robustas de prevenção e combate ao assédio, incluindo mecanismos claros de denúncia, investigações rigorosas e punições eficazes para os responsáveis. A proteção das vítimas e a garantia de um ambiente de aprendizagem livre de violência sexual são responsabilidades primordiais dessas instituições. O silêncio, diante de relatos como esses, apenas contribui para a normalização de comportamentos abusivos e perpetua um ciclo de violência que precisa ser urgentemente interrompido. A expectativa agora é de uma resposta oficial da USP e a abertura de uma investigação completa e transparente sobre as graves acusações feitas contra o professor.