Aborto: Instagram e Facebook suspenderam contas e ocultaram publicações de fornecedores de pílulas nos EUA, diz jornal
Nova York, 24 de janeiro de 2025 – O Instagram e o Facebook, plataformas pertencentes ao Meta, suspenderam contas e ocultaram publicações de fornecedores de pílulas abortivas nos Estados Unidos, segundo reportagem do jornal The Washington Post. A prática, revelada na sexta-feira (24), levanta preocupações sobre a censura de informações relacionadas à saúde reprodutiva em uma das maiores redes sociais do mundo.
A reportagem do The Washington Post detalha como as plataformas têm removido conteúdo de empresas que fornecem pílulas abortivas por meio de telemedicina, mesmo que essas empresas estejam operando legalmente. A alegação é que as postagens violam as políticas da empresa contra a venda de medicamentos prescritos. No entanto, o jornal aponta que a Meta não removeu conteúdo de outras empresas que vendem medicamentos prescritos online.
A reportagem destaca o caso de Hayley Marsh, diretora executiva da empresa de telemedicina Choix, que teve sua conta no Instagram suspensa e diversos posts removidos. A Choix é uma das empresas que fornece pílulas abortivas via correio, e a remoção de seu conteúdo limita o acesso a informações cruciais para mulheres que buscam este serviço. O The Washington Post entrevistou outras empresas que enfrentaram situações semelhantes. Essas empresas afirmam que a ação da Meta impossibilita que elas alcancem seus clientes e forneçam informações essenciais sobre saúde reprodutiva. A Meta ainda não se pronunciou oficialmente sobre as alegações específicas apresentadas na reportagem.
A falta de transparência na aplicação das políticas da Meta em relação ao conteúdo sobre pílulas abortivas gera questionamentos sobre a imparcialidade e a consistência da moderação de conteúdo nas plataformas. A reportagem ressalta a preocupação de ativistas que defendem o acesso a cuidados de saúde reprodutiva, pois a ação da Meta pode restringir significativamente o acesso a informações sobre métodos de aborto legal e seguro para mulheres em todo o país.
A situação expõe um conflito entre as políticas de moderação de conteúdo da Meta e o direito à informação, especialmente em um contexto sensível como o acesso a serviços de saúde reprodutiva. A reportagem do The Washington Post abre um debate crucial sobre a responsabilidade das grandes empresas de tecnologia na regulação do conteúdo e o impacto dessas políticas sobre o acesso a informações vitais para a saúde pública. A expectativa é que a Meta se posicione oficialmente sobre o caso e esclareça suas políticas de moderação em relação a conteúdo sobre pílulas abortivas nos EUA.