A start-up alemã que tenta enganar a morte
Berlim, 22 de janeiro de 2025 – A morte, inevitável para todos, está sendo desafiada por uma start-up alemã, a Organovive Biomaterials. A empresa desenvolveu uma tecnologia inovadora que promete revolucionar a preservação de órgãos para transplantes, aumentando significativamente suas chances de sobrevivência após o processo. A Organovive utiliza uma solução de preservação orgânica que permite manter órgãos humanos viáveis por até 72 horas em temperatura ambiente, uma conquista sem precedentes no setor.
A tecnologia da Organovive se destaca pela sua capacidade de manter a viabilidade dos órgãos fora do corpo humano, um grande avanço considerando que atualmente a maioria dos órgãos para transplante precisa ser utilizada em um curto espaço de tempo após a extração do doador. Esta solução, composta por um biomaterial a base de polímeros, nutre os órgãos e os protege dos danos causados pela falta de oxigênio e outros fatores que levam à degradação celular. Até o momento, a tecnologia já foi testada em 130 órgãos de 40 doadores, com resultados promissores. Segundo a empresa, estudos pré-clínicos indicam que a sua tecnologia pode aumentar em até 70% a viabilidade dos órgãos após 24 horas de preservação em temperatura ambiente. Os testes clínicos com seres humanos estão programados para começar em 2026.
A Organovive Biomaterials foi fundada em 2014 e atualmente emprega 22 pessoas em suas instalações em Lund, na Suécia. Apesar dos desafios inerentes à comercialização de uma tecnologia tão complexa e inovadora, a empresa acredita que o sucesso desta iniciativa tem um potencial enorme para salvar inúmeras vidas e melhorar significativamente as taxas de sucesso em transplantes de órgãos em todo o mundo. A maior expectativa está voltada para a expansão do tempo disponível para transporte e realização de transplantes, abrindo possibilidades para doadores em locais mais distantes dos receptores.
A ambiciosa meta da Organovive é transformar a forma como os órgãos são preservados e transportados, aumentando significativamente o número de transplantes realizados anualmente e, consequentemente, oferecendo uma nova esperança para milhares de pessoas que aguardam na lista de espera por um órgão compatível. A próxima etapa, a entrada em fase de testes clínicos, será crucial para comprovar a eficácia e segurança da tecnologia a longo prazo e para pavimentar o caminho para sua utilização em hospitais ao redor do globo. O desenvolvimento de uma tecnologia capaz de “enganar a morte”, ainda que parcialmente, é um marco importante na medicina moderna, representando uma conquista significativa na luta pela preservação da vida.