A quem importa a morte de Ryan?
Morre Ryan, o menino de 11 anos que personificava a tragédia da fome no Iêmen, e o mundo se cala
A morte de Ryan, um menino de 11 anos que se tornou símbolo da crise humanitária no Iêmen, foi anunciada no dia 13 de dezembro de 2022 pelo médico que o atendia, Dr. Mohammed al-Jadidi. Ryan sofria de desnutrição severa e estava internado em um hospital na capital Sana’a. Sua imagem, com o corpo magro e os olhos fundos, chamou a atenção do mundo e se tornou um retrato do sofrimento que a guerra civil no Iêmen tem causado à população, especialmente às crianças.
Segundo dados da ONU, mais de 10 milhões de crianças no Iêmen sofrem de desnutrição aguda, e mais de 2 milhões estão em risco de morrer de fome. A guerra civil no país, que começou em 2014, já deixou mais de 233 mil mortos e milhões de deslocados. A crise humanitária no Iêmen é uma das piores do mundo, e a falta de acesso a alimentos, água potável e serviços de saúde básicos é uma realidade para a maioria da população.
“Ryan era uma criança muito doce e esperta”, disse o Dr. al-Jadidi. “Ele era um dos muitos milhares de crianças no Iêmen que sofrem de desnutrição. Sua morte é uma tragédia, e esperamos que seja um chamado para que a comunidade internacional aumente seus esforços para ajudar as crianças no Iêmen.”
A morte de Ryan, no entanto, passou quase despercebida pela mídia internacional. O caso serve para ilustrar o desinteresse do mundo pela crise humanitária no Iêmen, que se arrasta há anos sem que uma solução definitiva seja encontrada.
A comunidade internacional precisa agir com mais urgência para evitar que mais crianças como Ryan morram de fome e doenças evitáveis. A guerra civil no Iêmen é uma tragédia que não pode ser ignorada. É preciso agir agora para salvar as vidas de milhões de pessoas que estão sofrendo, especialmente as crianças, que são as maiores vítimas da guerra.