A justiça ainda incompleta para Marielle
A justiça ainda incompleta para Marielle: quatro anos após o crime, a luta por justiça continua
Quatro anos se passaram desde o assassinato brutal da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. Apesar de algumas prisões e condenações, o caso ainda está longe de ser considerado solucionado. A investigação revelou um crime encomendado por motivações políticas, mas as perguntas sobre mandantes e a cadeia de comando permanecem sem resposta, alimentando a sensação de impunidade.
Em novembro de 2022, o Tribunal do Júri condenou os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz por homicídio duplamente qualificado. A pena, de 52 anos e 10 meses para Lessa e 47 anos e 2 meses para Queiroz, foi considerada um passo importante, mas insuficiente para muitos. A justiça ainda não conseguiu elucidar quem mandou matar Marielle e Anderson, deixando um vácuo de informações que alimenta as dúvidas e a revolta da sociedade.
A investigação revelou que a execução foi planejada meticulosamente e que os atiradores, Lessa e Queiroz, agravavam seus crimes com o uso de arma de fogo de uso restrito e com o recurso que dificultou a identificação. O júri reconheceu a gravidade do crime e o desprezo à vida humana, condenando os executores. No entanto, a falta de informações sobre a motivação do crime e os mandantes continua a ser um entrave para a justiça completa.
Segundo pesquisa realizada pela Datafolha em 2021, 84% dos brasileiros acreditam que a investigação sobre o crime de Marielle Franco não chegou ao fim. Além da busca por justiça, a luta pela memória de Marielle e pela defesa de seus ideais se mantém viva. O legado da vereadora continua a inspirar e mobilizar a sociedade, que exige respostas e ações concretas para combater a violência política e a impunidade.
O caso Marielle Franco representa um divisor de águas na luta por justiça social no Brasil. Ele expõe a fragilidade das instituições e a persistência da impunidade em um país marcado por desigualdade e violência. A busca pela verdade, pela justiça e por um futuro livre de violência é um compromisso que se mantém, exigindo ações concretas e transparentes das autoridades.